quinta-feira, 24 de junho de 2010


"Há um momento sem sol em que a gente percebe que o amor anoiteceu. O coração enxovalhado, ferido, está exaurido pela aflição de tanto esticar-se para tentar alcançar o fio da linha que se soltou e amarrá-lo de novo na pontinha dos sonhos. No fundo, ele sabe que não o alcançará: voa longe demais da possibilidade de alcance. Se ainda insiste, buscando impulso para pulos cansados, é porque aquele amor, exatamente aquele, ainda é tudo o que ele mais deseja. Porque não sabe onde colocará as mãos, o encanto, o olhar, depois daquele instante. Porque não lhe importa que outro amor venha ao seu encontro. É aquele, aquele lá, que ainda o descompassa.

Vida marejada, nó apertado na garganta das coisas, chega finalmente o momento em que desejamos apenas o sossego que costuma vir com a aceitação. Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais."
(Ana Jácomo)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ninguém...


"Ninguém acredita na gente: nenhum cartomante, nenhum pai-de-santo, nenhuma terapeuta, nenhum parente, nenhum amigo, nenhum e-mail, nenhuma mensagem de texto, nenhum rastro, nenhuma reza, nenhuma fofoca e, principalmente (ou infelizmente): nem você".

Tati Bernardi

domingo, 13 de junho de 2010

ELE!




Às vezes me sinto arisco
Mas sempre me arrisco
Em ser o que sou:

Chuvisco solto na estrada
Folha presa no vento
Fogo que arde e que apaga
Memória do que ainda não vivi
Desejo do que ficou no tempo.

Viver?
É saber
Ser.

sábado, 12 de junho de 2010

Seu Presente...



"Ele ousou ouvir algumas palavras doces que ela mantinha em silêncio. Ela foi além, experimentou ler o jogo de letras que ele costumava rascunhar entre a superfície de alguns papéis amassados. Ela disfarçou estar louca e tentou enganar a vontade desconsertada.
Ele insistiu na insanidade, riu do disfarce e declarou-se a ela.
Ela arriscou substituir o juízo pelo absurdo e o acompanhou até o outro lado.
Não houve pedidos de espera, nem promissões. Ouvir a farsa de velhas promessas seria tolice.
Ela jogou as normas para amanhã. Ele fingiu não ouvir os outros. E, juntos, fugiram durante uma estação do ano.
Ele a ensinou respirar as horas sem ter que pensar nas consequências. Ela apresentou a ele alguns sentimentos medidos.
Os prazos não foram subestimados e as horas desaceleraram. Seus passos se desajustaram.O desejo consumiu algumas palavras e confundiu os sentimentos novatos. Ele apaixonou-se. Ela morreu de amor."

(Ana Carolina)

* Ah! Pensou que eu iria esquecer, né?! rs Eu ñ sei escrever que nem você, mas sei ler bastante e adoro coisas que me fazem pensar em nós, ei grão!.. rs você é, sem nenhuma dúvida, o homem que eu mais amei e amo.. eu recebi presente hj ainda na cama e seria feio, da minha parte, ñ retribuir, mas ñ é só por retribuição. Alias, talvez até seja...retribuir tudo o que você tem feito comigo e por mim; por me suportar ( e isso, eu sei, ñ é tarefa fácil ); por transformar minha vida, meus dias, meus sentimentos; enfim.. OBRIGADA por ser.. o meu Grãozinho rs