"Gosto dos gostos que a gente tem quando se lambe em desgoverno de desejo. Meus
poros, teus poros se abrem_ gotículas de sal do nosso suor, nosso tempero
emocional de urgências. Gosto das fantasias que nos governam e das travessuras
entre os lençóis, das nossas loucas experiências. Dos torpedos pornográficos ao
longo do dia, do nosso sol intenso, nossas tempestades, nossa ventania. Gosto do
jeito fervoroso em que começamos o dia. Gosto das tuas habilidades de amante
veterano e da doçura de menino febril e carente, gosto do meu pescoço entre os
teus dentes. Gosto da tua voz ao telefone, ao pé do ouvido, na gravação daquele
vídeo. Gosto de cada bobagem que nos faz rir, do papo cabeça antes de dormir, da
poesia inaugurando o dia, gosto dessas nossas sintonias. Gosto do sexo no
chuveiro, do sofá molhado, do olhar convidativo cheio de malícia ( no futuro cinema). Gosto de
adormecer e despertar com tuas carícias. Gosto dessa sacanagem cheia de ternura
e afeto, dessa vadiagem, desse nosso amor indiscreto. Gosto de sentir teu
hálito, de beber teu cheiro, de morder tua orelha. Gosto de saber que você gosta
de gostar de mim assim: meio insana, um pouco insone, um tanto irritadiça, leal,
fiel, facilmente excitável... Gosto de ser tua delícia."
(Marla de Queiroz com uma pitada minha)
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